Conquista Alegre - 1ª Investida
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Cruzar as estradas do Espírito Santo é vislumbrar muitas montanhas e diversas possibilidades de escaladas, principalmente para conquistas.
Após a conquista da Pedra Paulista estava com outra montanha 'na manga' para dedicar de corpo e alma em mais uma empreitada de grande porte. E assim como a Paulista, este novo objetivo esteve por muitos anos no meu caminho quando cruzava rumo aos Cinco Pontões: complexo montanhoso que considero o mais belo de nosso estado.
Após a conquista da Pedra Paulista estava com outra montanha 'na manga' para dedicar de corpo e alma em mais uma empreitada de grande porte. E assim como a Paulista, este novo objetivo esteve por muitos anos no meu caminho quando cruzava rumo aos Cinco Pontões: complexo montanhoso que considero o mais belo de nosso estado.
Como as possibilidades de conquistas são diversas, escolher o próximo objetivo e conseguir achar uma data que bata com a disponibilidade dos parceiros, é uma das tarefas já difíceis que antecedem a conquista em si. Então com um mês de antecedência eu, Sandro Souza e Robson Silveira (de Afonso Claudio) deixamos o Feriado de Finados reservado para iniciar uma longa conquista na Pedra Alegre, mesmo com a previsão afirmando chuva... finados é finados, e é sempre chuva! Mas a vontade culmina para a empolgação, e gera otimismo!
Parceiros durante a conquista: um ouriço-cacheiro abrigado entre os blocos da via. Foto Oswaldo Baldin.
A Pedra Alegre é uma montanha localizada no município de Itarana (à 100km de Vitória), mais precisamente no distrito de Praça Oito. É uma montanha grande e imponente, mas que devido a sua localização, é avistada muito rapidamente por quem cruza a rodovia.
A linha escolhida para a conquista é o que poderíamos chamar de 'a linha da conquista' na montanha: aquela rota contínua, que cruza a parede em grande estilo, e chega no cume por sua face mais bela. Uma linha dividida em duas partes: uns 300 metros por dentro de uma grande canaleta com trechos de vegetação, blocos, chaminés, árvores e fendas. E sua segunda parte superior com um diedro limpo, enorme, contínuo e fendado, com uns 200 metros de extensão, a lá estilo Yosemith. E um final por escalada de face, por mais uns 100 metros de parede. Estas são as estimativas que traçamos debaixo, depois de avaliar a linha pelas lentes do binóculo: uns 600 metros de via a ser conquistada. Mas só ao final da conquista para podermos afirmar isso, ou dizer que nossas previsões estavam equivocadas... situações até 'normais' de conquistas de grandes vias.
No primeiro dia começamos tarde, mas avançamos bem. Uma parte inicial com vegetação e logo dando de cara com uma chaminé molhada! Depois um diedro complicadinho, e na sequência fenda frontal e, fenda em oposição. Uma maravilha para os móveis, alternando a segurança com alguma proteção natural, e paradas em árvores. Em seguida uma chaminé de uns 25 metros estreita e difícil, onde foram batidos apenas dois grampos. Foram 150 metros conquistados no mais puro estilo tradicional, uma verdadeira 'escalada limpa'.
A linha escolhida para a conquista é o que poderíamos chamar de 'a linha da conquista' na montanha: aquela rota contínua, que cruza a parede em grande estilo, e chega no cume por sua face mais bela. Uma linha dividida em duas partes: uns 300 metros por dentro de uma grande canaleta com trechos de vegetação, blocos, chaminés, árvores e fendas. E sua segunda parte superior com um diedro limpo, enorme, contínuo e fendado, com uns 200 metros de extensão, a lá estilo Yosemith. E um final por escalada de face, por mais uns 100 metros de parede. Estas são as estimativas que traçamos debaixo, depois de avaliar a linha pelas lentes do binóculo: uns 600 metros de via a ser conquistada. Mas só ao final da conquista para podermos afirmar isso, ou dizer que nossas previsões estavam equivocadas... situações até 'normais' de conquistas de grandes vias.
No primeiro dia começamos tarde, mas avançamos bem. Uma parte inicial com vegetação e logo dando de cara com uma chaminé molhada! Depois um diedro complicadinho, e na sequência fenda frontal e, fenda em oposição. Uma maravilha para os móveis, alternando a segurança com alguma proteção natural, e paradas em árvores. Em seguida uma chaminé de uns 25 metros estreita e difícil, onde foram batidos apenas dois grampos. Foram 150 metros conquistados no mais puro estilo tradicional, uma verdadeira 'escalada limpa'.
Depois da descida, já na base, constatamos uma cruel realidade: a chave do carro havia ficado lá em cima, à 150 metros de nós. E dentro do carro estavam cordas e equipos que precisaríamos para continuar a conquista no dia seguinte, além da comida. Com isso o logística desandou, e tivemos que mudar a estratégia para seguir com a conquista. Então no domingo subimos pelas cordas fixas, conquistamos mais 50 metros e nos debandamos rapidamente pra baixo para ir até a cidade mais próxima, afim de exercer os protocolos de um dia de eleição. Depois disso o lance a ser encadenado foram umas cervejas para relaxar e hidratar da conquista.
Para a segunda e terça a previsão era de chuva, muita chuva! E com o calor que estava fazendo, o instinto poderia afirmar que desta fez a previsão seria 'batata'! Na madrugada da segunda a chuva chega, molhando nossa rota a consquistar e nossas tralhas que estavam na parede (o que é o de menos).
Sabendo que não iria rolar mais nada de escalada nesta investida - pois mesmo que parasse de chover seria impossível aquela canaleta secar -, nos dirigimos então até a pequena cidade de Itarana com uma missão pra lá de complicada: conseguir comprar alguns vários metros de corda - no mínimo 'boa' - para deixar fixa na parede, afim de agilizar os trabalhos da futura investida. E depois de muito poder de negociação entre três lojas, arrematamos um rolo de 160 metros de corda 'boa', fechando um bom negócio.
A missão então era só de subir a montanha para trocar as cordas e buscar os equipos que estavam na parede. Coisa simples e aparentemente rápida, se não fosse a tempestade que desabou sobre nós! Já tomei muita chuva na cabeça estando na montanha, mas confesso que naquela montanha, devido ao local em específico que estávamos, em formato de canaleta, algo começou a preocupar, pois as chaminés se transformaram em verdadeiras cachoeiras. Uma cena bonita de se ver, mas derepente de longe, e não estando dentro delas! Tudo molhou completamente, sujou, ralou e rasgou, enquando nos debandávamos corda abaixo, afim de saírmos o mais rápido da montanha, até porque havia o prenúncio de tempestade elétrica. E na base chegamos imundos e encharcados, mas com a tarefa finalizada e então já rindo dos contratempos. É preciso saber extrair boas vivências até de momentos perrengosos, pois isso acumula em experiências, que só são realmente compreendidas por aqueles que se lançam nos ambientes de montanha. E assim vamos seguindo, escalando e sorrindo, até porque a montanha a ser conquistada é a: Pedra Alegre.
Agradecemos imensamente ao Pesque e Pague Pedra da Onça, que nos abrigou em uma área fantástica com toda a infra estrutura, e com uma vista privilegiada do nosso objetivo. Obrigado Álvaro, Aristeu e família. E valeu Sandro e Robinho pela parceria de raça, que faz a diferença numa empreitada deste porte. Que a próxima investida seja o mais breve e proveitosa.
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Comentários
Abraco
Dudu
abç
Filipe Puig